Formação de 2 anos
"Ce qu’il me faut bien accentuer, c’est qu’à s’offrir à l’enseignement, le discours analytique amène le psychanalyste à la position du psychanalysant, c'est-à dire à ne produire rien de maîtrisable, malgré l'apparence, sinon au titre de symptôme." Lacan, J., « Allocution sur l’enseignement », Autres écrits, Paris, Seuil 2001, p. 299.
O IIP oferece uma formação dirigida a toda a comunidade psicanalítica, sem restrições de linhas de pensamento. Recebe também aqueles interessados em iniciar este caminho de conhecimento pessoal e coletivo em uma dimensão ampliada e original.
Nossa abordagem se integra à prática e aos ensinamentos da psicanálise desde Freud, mas especialmente em Lacan, diferenciando-se por leituras arejadas, consistentes, multidisciplinares e de caráter internacional. Promovemos uma experiência coletiva de formulação teórica e o debate entre as diferentes linhas de pensamento, mas também no sentido de garantir ampla acessibilidade a grupos historicamente excluídos do campo psicanalítico e de pensar os caminhos para uma psicanálise decolonial. Consideramos a pesquisa continuada um aspecto relevante em nossa formação.
Na formação propomos estudos e leituras conduzidos por 16 professores de diferentes nacionalidades, origens e formações. Nosso objetivo é proporcionar uma formação psicanalítica relevante, abrangente e aprofundada, bem como oferecer atividades no campo da pesquisa, social e editorial. Realizamos ainda interseções teóricas com outras áreas do saber: ciências humanas, sociais, exatas e artes.
Conheça os professores do IIP.
A nova turma começa em setembro de 2024. Para fazer sua pré-inscrição, clique no botão abaixo:
CURSOS DO 1ºANO
Conceitos e articulações
10 meses
Curso de duas horas para a abertura de cada mês da formação. Esse espaço será utilizado para trabalharmos as bases teóricas que serão utilizadas pelos demais professores e que segundo eles são importantes e necessárias para a melhor compreensão de suas aulas. Pretende-se falar com rigor de forma clara e didática de conceitos básicos da psicanálise tendo como fio condutor a obra de Freud e de Lacan.
Professora: Mônica Godoy (Brasil)
Freud através de seus textos
10 meses
Sigmund Freud é no início um médico e pesquisador especializado em anatomia cerebral e sistema nervoso. É por meio de artigos que ele dará a conhecer, a partir deste ponto de partida, o caminho que traça e que leva à invenção da psicanálise. Este curso oferece uma imersão em uma parte dessa aventura freudiana. Cada um dos professores vai escolher um artigo de Freud e visitá-lo, questioná-lo, extrair as linhas de força, dizer como esse texto alimenta a clínica, uma pesquisa em processo de realização, mas também dizer os limites, os erros que marcam, talvez, o texto freudiano.
A abertura dos vinte primeiros seminários de Lacan
10 meses
Durante várias décadas Jacques Lacan ministrará um ensino especialmente ao longo de seu Seminário. Ele dirá várias vezes: não busca transmitir um conhecimento. Seu seminário é um espaço de dizer de um psicanalista, na posição de analisante.
Lacan fecha seu texto “A psicanálise e seu ensino” com as seguintes palavras: “Qualquer retorno a Freud que materialize um ensino digno desse nome, só se produzirá pela via, por onde a verdade mais oculta se manifesta nas revoluções da cultura. Esta via é a única formação que podemos pretender transmitir a quem nos segue. O nome dela é: um estilo”
Ensino: insignis em latim; o que é marcado com um signo.
De que signo e de qual estilo se trata neste Seminário?
Para explorar essas questões, propomo-nos a estudar rigorosamente durante este ano a cada mês a primeira (ou as primeiras) frase(s) de um seminário. Começaremos pelo primeiro e continuaremos assim, cronologicamente, até o 10º (para o 1º ano) e do 11º ao 20º (para o 2º ano). Esta proposta será, certamente, a oportunidade de traçar um caminho possível no seio deste ensino.
Professor: Benoît Le Bouteiller (França/Brasil)
Decolonizar a psicanálise
9 meses
Seria isto dar lugar às vozes abafadas pela história das instituições psicanalíticas? Ou o fato de se construir um pensamento crítico em relação a certas posturas e teorias decorrentes da descoberta freudiana e de seus efeitos? Sem dúvida… Nós acreditamos que esse movimento necessário pode se fazer por meio de uma prática clínica, política e teórica singulares. Neste curso três psicanalistas, de três continentes diferentes, evocarão, a partir de questões diferentes, uma incarnação possível desta decolonização.
Professores(as): Jalil Bennani (Marrocos), e Thamy Ayouch (França/Marrocos)
Curso sobre o suicidismo
Estas aulas estão ligadas aos trabalhos mais recentes de Alexandre Baril, sobre a questão do suicídio e do suicídio assistido.
A primeira sessão enfoca o fracasso dos serviços de prevenção ao suicídio para comunidades LGBQ+/trans/não-binárias e como o que ele chama de suicídio (a opressão experimentada por suicidas por meio de várias formas de patologização, estigma, discriminação, exclusão e encarceramento) se combina com heterossexismo (homofobia) e ao modelo cisgênero (transfobia).
A segunda sessão continua esta exploração do suicídio e do suicídio assistido. Esta sessão centra-se no que Alexandre Baril chama de abordagem suicida-afirmativa ao suicídio assistido, baseada em abordagens trans-afirmativas, de forma a melhor apoiar os suicidas em sofrimento.
Professor: Alexandre Baril (Canadá)
Clínica menor e ética psicanalítica
A prática da psicanálise requer uma ética por parte do analista. Orientar-se em um tratamento é buscar não perder de vista o desejo do sujeito; é conseguir identificar o que é o mais importante para o sujeito e aquilo que o sustenta; é saber se calar e saber por que está intervindo. Essa ética não pode ser congelada de uma vez por todas. Não deve ser confundido com os preceitos de qualquer moralidade. Nunca está na ordem de uma confissão benevolente. Não tem conteúdo.
No entanto, nos últimos anos, em numerosas ocasiões, os psicanalistas tomaram uma posição em nome de sua ética nas questões da sociedade: casamentos do mesmo sexo, filiações e procriações medicamente assistidas, transidentidades… muitas vezes, a prática da psicanálise tem sido transformada em juiz e especialista em moralidades: a psicanálise sabia, a clínica confirmava e o analista decidia do bem ou do mal para a sociedade.
O curso se propõe a retomar os textos políticos de Freud: “Totem e tabu”, “O mal-estar na cultura”, “Além do princípio do prazer”, “Por que a guerra?”, “Psicologia das massas […]”. O objetivo desta releitura é dupla: por um lado, para renovar e abraçar novamente a ética psicanalítica e, por outro, se esforçar para demonstrar, graças às críticas ditas “minoritárias” (as das feministas, de gênero e estudos queer) na direção da psicanálise, a possibilidade de trabalhar em uma clínica que se conjugaria sob um modo menor.
Professor: Fabrice Bourlez (França)
Construção de caso clínico
8 meses
A construção de caso clínico é uma prática que faz parte do cerne da história da descoberta freudiana. Este curso então se inscreve nessa longa tradição inseparável da própria ética da psicanálise. Neste curso, a cada mês, um dos docentes do IIP apresentará de forma sucinta uma situação clínica resultante de sua própria prática analítica. Caberá a ele/ela mostrar e demonstrar a construção possível do caso e dele extrair a própria invenção, entre a estrutura e a singularidade. Amplo espaço será reservado para discussão e debate após esta apresentação clínica.
Tempo de ouvidoria
10 meses
Encontro de duas horas no final de cada mês da formação que visa acolher questões e comentários relacionados com o conteúdo do ensino e da formação em geral. A palavra estará neste espaço ouvida na singularidade de cada um, a partir da ética da psicanálise. Essas reuniões mensais estão abertas ao contingenciamento de solicitações de quem o desejar.
Professora: Yara Castanheira (Brasil/Alemanha)
CURSOS DO 2ºANO
Freud através de seus textos
10 meses
Sigmund Freud é no início um médico e pesquisador especializado em anatomia cerebral e sistema nervoso. É por meio de artigos que ele dará a conhecer, a partir deste ponto de partida, o caminho que traça e que leva à invenção da psicanálise. Este curso oferece uma imersão em uma parte dessa aventura freudiana. Cada um dos professores vão escolher um artigo de Freud e vão visitá-lo, questioná-lo, extrair as linhas de força, dizer como esse texto alimenta a clínica, uma pesquisa em processo de realização, mas também dizer os limites, os erros que marcam, talvez , o texto freudiano.
A abertura dos vinte primeiros seminários de Lacan
10 meses
Durante várias décadas Jacques Lacan ministrará um ensino especialmente ao longo de seu Seminário. Ele dirá várias vezes: não busca transmitir um conhecimento. Seu seminário é um espaço de dizer de um psicanalista, na posição de analisante.
Lacan fecha seu texto A psicanálise e seu ensino com as seguintes palavras: “Qualquer retorno a Freud que materialize um ensino digno desse nome, só se produzirá pela via, por onde a verdade mais oculta se manifesta nas revoluções da cultura. Esta via é a única formação que podemos pretender transmitir a quem nos segue. O nome dela é: um estilo”
Ensino: insignis em latim; o que é marcado com um signo.
De que signo e de qual estilo se trata neste Seminário?
Para explorar essas questões, propomo-nos a estudar rigorosamente durante este ano a cada mês a primeira (ou as primeiras) frase(s) de um seminário. Começaremos pelo primeiro e continuaremos assim, cronologicamente, até o 10º (para o 1º ano) e do 11º ao 20º (para o 2º ano). Esta proposta será, certamente, a oportunidade de traçar um caminho possível no seio deste ensino.
Professor: Benoît Le Bouteiller (França/Brasil)
Curso sobre as estruturas psíquicas (neurose - psicose - perversão - autismo)
9 meses
Neurose e psicose
Do que realmente se trata quando se pensa em estruturas clínicas no século XXI?
Mônica Godoy e Fabrice Bourlez vão se debruçar sobre os conceitos de neurose epsicose à luz de instigantes recortes teóricos e clínicos.
A ideia é que possamos fazer uma costura entre a teoria e a prática , juntamente com os alunos, fazendo avançar a compreensão Ética do manejo da psicanálise.
Professores(as): Fabrice Bourlez (França) e Mônica Godoy (Brasil)
Autismo
Neste curso trataremos do autismo com pessoas envolvidas na causa. Procuraremos dizer daquilo que sabemos hoje sobre esse espectro, longe de clichês, preconceitos, posturas dogmáticas. Partiremos de experiências pessoais, individuais, de experiências de oficinas de mediação, de experiências clínicas. Procuraremos enxergar como um(a) psicanalista pode cumprir um papel ao lado de uma pessoa autista, com humildade, sem ter como orientação, como ainda é frequente demais, crenças sem fundamento e aprioris neurocapacitistas.
Professores(as): Cristiane Muñoz (Brasil), Rosa Primo (Brasil) e Benoît Le Bouteiller (Brasill/França)
Construção de caso clínico
8 meses
A construção de caso clínico é uma prática que faz parte do cerne da história da descoberta freudiana. Este curso então se inscreve nessa longa tradição inseparável da própria ética da psicanálise. Neste curso, um dos docentes do IIP apresentará de forma sucinta uma situação clínica resultante de sua própria prática analítica. Caberá a ele/ela mostrar e demonstrar a construção possível do caso e dele extrair a própria invenção, entre a estrutura e a singularidade. Amplo espaço será reservado para discussão e debate após esta apresentação clínica.
Decolonizar a psicanálise
4 meses
Curso sobre o suicidismo
Estas aulas estão ligadas aos trabalhos mais recentes de Alexandre Baril, sobre a questão do suicídio e do suicídio assistido.
A primeira sessão enfoca o fracasso dos serviços de prevenção ao suicídio para comunidades LGBQ+/trans/não-binárias e como o que ele chama de suicídio (a opressão experimentada por suicidas por meio de várias formas de patologização, estigma, discriminação, exclusão e encarceramento) se combina com heterossexismo (homofobia) e ao modelo cisgênero (transfobia).
A segunda sessão continua esta exploração do suicídio e do suicídio assistido. Esta sessão centra-se no que Alexandre Baril chama de abordagem suicida-afirmativa ao suicídio assistido, baseada em abordagens trans-afirmativas, de forma a melhor apoiar os suicidas em sofrimento.
Professor: Alexandre Baril (Canadá)
Clínica menor e ética psicanalítica
A prática da psicanálise requer uma ética por parte do analista. Orientar-se em um tratamento é buscar não perder de vista o desejo do sujeito; é conseguir identificar o que é o mais importante para o sujeito e aquilo que o sustenta; é saber se calar e saber por que está intervindo. Essa ética não pode ser congelada de uma vez por todas. Não deve ser confundido com os preceitos de qualquer moralidade. Nunca está na ordem de uma confissão benevolente. Não tem conteúdo.
No entanto, nos últimos anos, em numerosas ocasiões, os psicanalistas tomaram uma posição em nome de sua ética nas questões da sociedade: casamentos do mesmo sexo, filiações e procriações medicamente assistidas, transidentidades… muitas vezes, a prática da psicanálise tem sido transformada em juiz e especialista em moralidades: a psicanálise sabia, a clínica confirmava e o analista decidia do bem ou do mal para a sociedade.
O curso se propõe a retomar os textos políticos de Freud: “Totem e tabu”, “O mal-estar na cultura”, “Além do princípio do prazer”, “Por que a guerra?”, “Psicologia das massas […]”. O objetivo desta releitura é dupla: por um lado, para renovar e abraçar novamente a ética psicanalítica e, por outro, se esforçar para demonstrar, graças às críticas ditas “minoritárias” (as das feministas, de gênero e estudos queer) na direção da psicanálise, a possibilidade de trabalhar em uma clínica que se conjugaria sob um modo menor.
Professor: Fabrice Bourlez (França)
Tempo de ouvidoria
10 meses
Encontro de duas horas no final de cada mês da formação que visa acolher questões e comentários relacionados com o conteúdo do ensino e da formação em geral. A palavra estará neste espaço ouvida na singularidade de cada um, a partir da ética da psicanálise. Essas reuniões mensais estão abertas ao contingenciamento de solicitações de quem o desejar.
Professor: Hugo Valente (Brasil)