Cartel

Por que fazer cartel?

A ideia de cartel vem de longa data, fruto de um amadurecimento dos tempos de Lacan na Sociedade Psicanalítica da França.

Fez-se necessário um dispositivo inédito de organização que fosse contrária à psicologia de grupo de um saber totalizador, que comportasse em si a lógica.

A noção de cartel engendra o estudo e suas elaborações em torno da teoria e da prática da psicanálise. Um dispositivo de ensino que não é sem a análise de sujeite, que “restaura a lâmina cortante” em corte e costura, incluindo a destituição de um saber, para que cada ume possa trazer à luz suas elaborações em torno do texto psicanalítico, a partir do desejo e da relação com a causa analítica.

O cartel visa esvaziar as identificações, seja com ê +1 ou com ês colegas.

Secretaria de Cartel do IIP

O cartel é um espaço de pesquisa em psicanálise engendrado em uma comunidade analítica e proposto por Lacan, como um dos elementos que compõem a sua Escola e seus princípios. 

Os trabalhos iniciam-se com uma provocação, um não saber que interpela e faz questão.  Esta proposta a ser investigada é uma forma de referendar o comprometimento dos cartelizantes, cada um em suas elaborações.

O cartel como um dispositivo de trabalho, opera por transferência naqueles que participam, provocando os demais colegas a ocuparem o lugar de transmissão da psicanálise. É formado por 3 a 5 membros e o +1, que irão tratar elementos teóricos, clínicos, atuais e transitórios em torno de uma temática.

Coordenação

Consultoria

Secretaria

Comissão de cartéis

A lógica proposta inclui, desde seu início à dissolução, um trabalho de luto, chegado o momento de concluir, de um a dois anos. Encerrado esse período, se realiza as apresentações das produções individuais.

Um trabalho feito de solidão, de questões, de buracos.

Não é que podemos dispensar o grande grupo, a instituição. O cartel para existir está nele inscrito, como uma forma de organização necessária e orientável.

No Seminário R.S.I. (lição de 15 de abril de 1975), Lacan indaga sobre o que constitui o cartel, “Um cartel, para que?”

Ele prossegue: o cartel parte de três mais uma pessoa, em princípio faz quatro, e que dei como máximo cinco, ao que faz seis.

Como no nó borromeano, há três. “O que quero dizer é que se vocês forem três, isso já faz quatro”, “…donde minha expressão mais-uma”. Retirando-se uma, o grupo se desata.

Não sem propósito, a concepção de cartel é essencialmente topológica.

Nessa ocasião, ele acrescenta que é necessário pelo menos três nós triviais para se constituir o nó borromeano, e quando enlaçados, o que se deixa ver é nada mais que buracos em turbilhão. “Se não há buraco, não vejo muito bem o que temos que fazer como analistas”.

Ê +1 seria a dobradiça que convoca ao trabalho. Sua função é esvaziar a idealização de um saber acabado.

Ê +1 é o elemento exterior, ele ex-siste. Ele está no lugar de agente da destituição do saber. Um que falta. O que se transmite é um produto não acabado, resto, sobra de trabalho do próprio desejo, fruto da elaboração de cada ume, o que dá vida ao cartel para instituir-se como tal.

Havemos de lidar com esses buracos, cada ume ao seu estilo. A transmissão é de uma falta.

Informações importantes:

O cartel pode ser composto por psicanalistas, pessoas que estejam fazendo a formação em psicanálise, analisantes e interessades nessa práxis.

O objetivo é promover leituras e discussões que colaborem no aprofundamento conceitual e clínico da psicanálise e sua relação com outros saberes, além de ser um dispositivo de apoio para a pesquisa individual em suas articulações com ês cartelizantes e a comunidade.

Você não precisa ser estudante do IIP para participar de um cartel ou propor algum tema. No IIP o cartel funciona como uma porta giratória, que coloca em jogo os interesses de pesquisa para além dessa instituição.

As inscrições para formação de cartel podem ser realizadas a qualquer momento junto ao IIP, aberto a receber novas propostas de trabalho.

A secretaria de cartéis organizará o acolhimento des interessades conforme os temas.

Será de responsabilidade des membres do cartel a organização do trabalho quanto à periodicidade, a forma (virtual e/ou presencial) e a plataforma/local dos encontros.

Ao final de um ano os cartéis poderão ser dissolvidos ou estendidos por mais um ano.

Na dissolução, um produto individual que se decantou dessa experiência deverá ser compartilhado entre ês cartelizantes e endereçado, a posteriori, para a comunidade do IIP.

O cartel pode ser composto por psicanalistas, pessoas que estejam fazendo a formação em psicanálise, analisantes e interessados nessa práxis. O objetivo é promover leituras e discussões que colaborem no aprofundamento conceitual e clínico da psicanálise e sua relação com outros saberes, além de ser um dispositivo de apoio para a pesquisa individual em suas articulações com o grupo e a comunidade. Você não precisa ser um estudante do IIP para participar de um cartel ou propor algum tema. No IIP, o cartel funciona como uma porta giratória, que coloca em jogo os interesses de pesquisa para além dessa instituição.

Informações importantes:

As inscrições para formação de cartel podem ser realizadas a qualquer momento junto ao IIP, que está aberto a receber novas propostas de trabalho.

O IIP organizará o acolhimento dos interessados conforme os temas. Será de responsabilidade dos membros dos cartéis a organização do trabalho quanto à periodicidade, a forma (virtual e/ou presencial) e a plataforma/local dos encontros.

Ao final de 1 ano, os cartéis poderão ser finalizados ou estendidos por mais 1 ano. Deverá ser feita, no encerramento, uma produção escrita individual ou de todos os membros, a ser  compartilhada em um evento oportunamente organizado e divulgado pelo IIP.

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Tema: A improvisação, um ato de criação?

Língua(s): Português, francês e inglês

Integrantes:

dorothé Depeauw

 

Tema: As modalidades de gozo

Língua(s): Francês

Integrantes:

Axelle Trinchero

Mohamed El Baghdadi 

Fadwa Saif

 

Tema: Identidade, memória e espaços físicos de refúgio

Língua(s): Francês, português, inglês

Integrantes:

Wilame Lima Silva Junior Vallantin


Tema: Seminário 11 de Lacan

Língua(s): Português

Integrantes:

Nelson Neves Junior 

Gracielle Lara Machado


Tema: Traduzindo Freud do alemão direto para o português (textos sobre guerra)

Língua(s): Português, inglês, alemão

Integrantes:

Anneliese Gerrein


Tema: Feminino, corpo e gozo

Língua(s): Português

Integrantes:

Beatriz Madaleno 

Gabriela Maia Paixão 

Gracielle Lara Machado 

Karen Menezes

Maria Aparecida de Oliveira


Tema: Angústia

Língua(s): Português

Integrantes:

Thalyta Thayane Silva Linhares

Tema: Psicanálise e racismo

Língua(s): Português

Integrantes:

Wesley de Faria Leonel

Ana Carolina Nunes Silva 

Victor Freitas Henriques

Anneliese Lucas Gerrein

Maíra Monteiro Dias

Jacque Conceição  (+1)

 

Tema: Psicanálise com criança

Língua(s): Português

Integrantes:

Mônica Beatriz Marques da Silva

Mafalda Moreira 

Roberta Gomes 

Vanessa Marques 

Marina  Godoy (+1)

 

 

Tema: A Letra

Língua(s): Português

Integrantes:

Erika Maria Pannain Rezende

Suzane Ramos Maritan

Cibele Regina Oliveira

 Dúnia Ferreira Maia

Janilton Gabriel de Souza (+1)

 

 

Tema: Angústia

Língua(s): Português

Integrantes:

Isabela Salles Martins

Amanda Malerba

Luciano César Garcia Pinto

Marco Pantoja (+1)

 

 

Tema: Angústia

Língua(s): Português

Integrantes:

Janilton Gabriel de Souza

Júlia Roberta de Oliveira Carvalho Caetano

Patrícia da Silva Gomes

Vinicius Brasilio Canale

Yuri Pacheco Merhi Ribeiro

Mônica Godoy (+1)

 

 

Tema: Escrita lógica

Língua(s): Português

Integrantes:

Andrea Coelho 

Hugo Valente

Marina Martins de Godoy Fonseca 

Vanessa Checoli

Mônica Godoy (+1)

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Novidades, artigos e agenda!

Bárbara Guatimosim

Psychologue, psychanalyste, membre de l’École des Forums du Champ Lacanien de Belo Horizonte, Brésil. Elle a publié plusieurs articles dans divers revues et collections de psychanalyse. Master et doctorat en études littéraires. Axe de recherche: littérature et psychanalyse.

Constructions du corps:

Le corps, pour tout humain, n’est pas une matière donnée et garantie, mais une construction. La formation narcissique du moi, l’impact réel des pulsions et la rencontre avec le langage étrange de l’Autre sont liés à la constitution du sujet, conséquence d’un lien. Nous entendons, en trois rencontres, faire un dépistage clinique, théorique et littéraire de ces corps et des vicissitudes que subissent leurs constructions.

Cours de six heures divisé en trois mois.

Espace / temps de l’écoute:

Rencontre de deux heures à la fin de chaque mois de la formation qui a pour vocation d’accueillir des questions et remarques liées aux contenus des enseignements et à la formation en générale. La parole sera dans cet espace entendue dans la singularité de chacun, à partir de l’éthique de la psychanalyse. Ces rencontres mensuelles sont ouvertes à la contingence des demandes de ceux qui le désirent.

Bárbara Guatimosim

Bárbara Guatimosim é psicóloga e psicanalista. Membro do Fórum do Campo Lacaniano BH, EPFCL – Brasil, artigos publicados em várias revistas e coletâneas de psicanálise. Mestre e Doutora em Estudos Literários, linha de pesquisa: Literatura e Psicanálise. Participante de iniciativas e movimentos que têm como referência o Discurso analítico e a ética da diferença.

Mônica Godoy

Mônica Godoy, psicóloga, psicanalista e analista ambiental, mestre em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais pela UFMG. Especialista em Resíduos Sólidos, com 30 anos de experiência clínica, e peregrina numa jornada transdisciplinar de escutar com todos os poros.

Fabrice Bourlez

Fabrice Bourlez é psicanalista. Doutor em filosofia, ele ensina na Ecole Supérieure d’Art et de Design de Reims e no Institut d’Etudes Politiques Sciences-Po Paris. É também cotitular da cadeira Troubles, dissidences et esthétiques na Ecole Nationale Supérieure des Beaux-Arts de Paris

É professor do IIP desde sua criação. Entre suas publicações estão Pulsions Pasoliniennes (Presses du Réel/Franciscopolis, 2015) e Queer Psychanalyse (Hermann, 2018. Traduções: espanhol 2020, italiano 2022).

Ceren Korulsan

Ceren Korulsan é psiquiatra e psicanalista em Istambul, Turquia. Membro do IF- EPFCL assim como membro-fundadora da Association de Psychanalyse en Recherche em Istambul, ela ensina atualmente na universidade de Bahçeşehir no departamento de master em psicologia. Tradutora do livro de Antonio Quinet: La cité et ses maîtres fous. Co-autora do livro intitulado “Lacan au-dela des frontières” (Stylus, 2021).

Joseph Rouzel

Joseph Rouzel trabalhou por muitos anos como educador especializado junto a diversos públicos. Ele é psicanalista e poeta. Graduado em etnologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales. Joseph Rouzel dirige o “Institut européen psychanalyse et travail social” (Psychasoc). Participou da criação da associação “Psychanalyse sans frontière” (PSF) e da associação l’@psychanalyse. É membro da Sociedade dos poetas franceses.

Rudy Goubet Bodart

Rudy Goubet Bodart estudou psicologia clínica e etnopsiquiatria e trabalhou em várias instituições no norte da França (centros sociais, hospital geral e atendimento psiquiátrico) antes de se estabelecer como psicanalista na Ásia, em Cingapura.

Uma abordagem psicanalítica da máscara: para uma nova psicopatologia da vida cotidiana?

A situação viral em que o mundo mergulhou há um ano, agora dá a oportunidade de dar uma olhada no objeto que provavelmente melhor simboliza o período atual: a máscara. Em que e como esse objeto, que usamos na pele do rosto e que irrompeu em nosso cotidiano, pode questionar a psicanálise?

Curso de 6 horas em 3 meses

Jalil Bennani

Jalil Bennani é psiquiatra e psicanalista em Rabat (Marrocos). É autor de várias obras, principalmente: Le corps suspect (Galilée, 1980), Psychanalyse en terre d’islam (2018), Un psy dans la cité (prêmio Grand Atlas 2013), Un si long chemin – Paroles de réfugiés au Maroc, (2016), Des djinns à la psychanalyse, nouvelle approche des pratiques traditionnelles et contemporaines.

 Pesquisador associado ao CRPMS da Universidade de Paris, é titular da Habilitation à diriger les recherches (Universidade de Nice Sophia Antipolis). Recebeu, em 2002, o prêmio “Prix Sigmund Freud de la ville de Vienne” pelo conjunto de sua obra.

Benoît Le Bouteiller

Benoît Le Bouteiller, psicanalista, diretor do Instituto Internacional de Psicanálise, editor e professor de pós-graduação em psicanálise da Universidade Unis-MG, Brasil.
Membro da Fondation Européenne pour la Psychanalyse. Membro da Korean Mathematical Society, da Cambridge University Linguistic Society, da European Anthropological Association e da Société Française de Philosophie.